Traça-se um retrato do que foi o processo de mudança da Biblioteca Nacional de Lisboa (BNL) do extinto Convento de S. Francisco da Cidade, no Chiado, para o atual edifício no Campo Grande, ocorrido entre 14 de outubro de 1968 e 1 de abril de 1969. São abordados os antecedentes do processo, as dúvidas entre adaptar um edifício pré-existente ou construir um edifício de raiz, a inadequação de S. Francisco para biblioteca nacional, a decisão sobre a localização, e, já na fase de projeto, a influência da visita a bibliotecas estrangeiras e a estreita colaboração entre o arquiteto, Porfírio Pardal Monteiro, e o diretor da BNL, Manuel dos Santos Estevens. No que se refere à mudança propriamente dita, aborda-se a desinfestação das espécies, a construção de carros-estante, uma solução inovadora que garantiu melhores condições de acondicionamento e preservação no transporte, e reduziu significativamente os tempos de carga, descarga e arrumação, bem como a rigorosa planificação de todo o processo de mudança que permitiu concluir em menos de seis meses as 1500 viagens entre o Chiado e o Campo Grande, necessárias ao transporte dos 17 km de documentação que a BNL possuía, num total de 7500 km percorridos, o equivalente a duas viagens de ida e volta a Paris. Todos estes aspetos, entre outros, são abordados ao longo deste trabalho que pretende assinalar a celebração dos 50 anos da inauguração do edifício da Biblioteca Nacional de Portugal, ocorrida a 10 de abril de 1969.

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